História

ARCPA

A crescer e a inovar a nossa aldeia desde 1975

Pombal de Ansiães foi desde sempre, no aspecto cultural, uma aldeia actuante, sendo de realçar as muitas movimentações teatrais levadas a cabo.

Já por volta do ano de 1927 a juventude de então criava o «Clube Ancianista», vocacionado para a música e representações teatrais.
Este clube era liderado por Francisco Carvalho Teixeira (Presidente) e constituído pelos restantes elementos: Jaime Martins, António Lopes, Afonso Henriques Pereira, António Baltazar de Lima, António Lino, João Calvário, António Morais, Miguel Calvário, Manuel Armando, Luís Correia, Guilhermino Almeida e Alberto Coelho.

A 1.ª peça de teatro da responsabilidade deste Clube, foi o drama «Agostinho de Ceuta», tendo sido encenador o Oficial do Exército, Sr. António Areias.

Não temos mais dados concretos que nos permitam avaliar por inteiro a acção daquela Colectividade, nem o seu tempo de duração, sendo certo, porém, que ele existiu e realizou espectáculos teatrais e de música, como nos é testemunhado por familiares dos fundadores, dos quais existe uma fotografia em grupo exposta na sala de convívio da ARCPA.

Depois em 1951/52, foi criado o centro de Instrução e Recreio Popular de Pombal de Ansiães( C. I. R. P. P. A) vocacionado também para o teatro.
Este grupo era liderado por Mário Lima, Maximiano Augusto Moura e Albino Pinto e contava com a colaboração do então Padre João Almeida.
Sobre esta colectividade, todos nós na A.R.C.P.A. somos conhecedores da sua acção, actividades e projectos.
Tanto assim, que o local onde se encontra o edifício sede da nossa Associação, foi naquele tempo(1951/52, adquirido ao Senhor Albino Pinto, pelo preço de 4 000$00. Aliás, terá sido a única coisa que se salvou de tudo quanto conseguiram então.

É de realçar, a movimentação gigantesca que grupo conseguiu, tanto a nível da aldeia de Pombal, como da comunidade emigrada no Brasil, de onde vieram 36 800 cruzeiros, que ao câmbio da altura faria em Portugal a bonita soma de cerca de 100 000$00.
Dos Pombalenses emigrados no Brasil e que contribuíram com aquela quantia, se encontra na ARCPA o livro que eles denominaram de «LIVRO DE OURO», contendo além dos nomes, moradas e telefones, também dedicatórias á sua terra.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Era tão sentida a necessidade de se ter em Pombal, o que se chamava de «CASA DO POVO» que não se olhava a meios para tal, chegando a existir projecto que para a altura se podia considerar de portentoso. Esse projecto ainda existe em casa de particulares, tendo sido ainda iniciada a obra, que infelizmente, não chegaria a passar dos alicerces devido a razões conhecidas, mas que aqui não cabe explicar.
Cabe explicar, isso sim, que a população de Pombal desejava uma casa que servisse para representações teatrais, bem como de serviços sociais e posto médico, tendo lutado e contribuído de uma forma perfeitamente notável.
Gorada aquela hipótese, a sucessiva juventude de Pombal não deixou, mesmo assim, de participar activamente em teatros que se faziam ao ar livre ou em «Quinteiros».

É de realçar, a movimentação gigantesca que grupo conseguiu, tanto a nível da aldeia de Pombal, como da comunidade emigrada no Brasil, de onde vieram 36 800 cruzeiros, que ao câmbio da altura faria em Portugal a bonita soma de cerca de 100 000$00.
Dos Pombalenses emigrados no Brasil e que contribuíram com aquela quantia, se encontra na ARCPA o livro que eles denominaram de «LIVRO DE OURO», contendo além dos nomes, moradas e telefones, também dedicatórias á sua terra.

Jornal "O Pombal"

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construção da sede

Tanto assim que , em 1968, a juventude de então, liderada por António Garcia e Carlos Fernandes, levavam à cena o drama «Os Dois Cativos»e as comédias «Ressonar Sem Dormir», peças levadas a efeito no dia 9 de Agosto daquele ano, na garagem do Sr. João Garcia.
Tendo sido grande o êxito daquela iniciativa , a mesma juventude repetiu aquelas peças em Agosto do ano seguinte (1969), desta feita no «quinteiro» dos Srs. Lebres.

Parecia ser aquele o momento ideal para o arranque de uma Associação Cultural.
António Garcia e Carlos Fernandes, abordaram o problema e entendem não ser chegada a hora certa, dados os muitos cuidados que teria de haver para atingir os fins desejados, dado que a tentativa falhada em 1952, criava grande responsabilidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Não podia haver falhas, nomeadamente tão clamorosas como as verificadas.
Porque se aproximava Outubro (início de aulas do António, na cidade do Porto) e o serviço militar para o Carlos (Braga, em 19 do mesmo mês), não se podia pôr em pratica movimentação juvenil necessária.
Entrou-se então num interregno, cujo fim não era perceptível.
A vida militar na altura, chamava todos os jovens.
África era vista como futuro para outros, até que chega 1975.

Dando-se o êxodo das ex-Províncias Ultramarinas, principalmente de Angola e Moçambique, muitos Pombalenses, uns acabando o serviço militar, outros desalojados, vieram engrossar o número da juventude que cá residia, pelo que não foi difícil no seio de tanta gente, concluir-se da necessidade de associação, já que todos éramos conhecedores do passado cultural das nossas gentes.
Aliás, basta ver-se a primeira meia dúzia de fundadores, e repara-se que todos tinham regressado de Angola. Não sendo um dado muito importante, é no entanto um pormenor a ter em conta.

Assim, em 18 de Setembro de 1975, surge a Associação Recreativa e Cultural de Pombal de Ansiães (ARCPA), que mercê dos conhecimentos adquiridos pelos principais fundadores, nomeadamente sobre as suspeições recaídas neste tipo de Associações por parte da população de Pombal, partiam para esta fundação com optimismo, embora moderado, porque conhecedores da existência de Entidades que estavam vocacionadas para o apoio a Associações do tipo.

Éramos sabedores ainda, que a maioria da população de Pombal não acreditava no que estávamos fazendo.
Na mesa do café «Piroleta» ao tempo pertencente ao associado João do Nascimento, quando procedíamos à primeira e terceira reuniões, já que a segunda tinha sido efectuada em casa do António Garcia, havia pessoas mais velhas que comentavam entre si:”… isto é tudo uma canalhada. O que eles querem é tainas e bailaradas …”.

Por tudo isto não valeria a pena iniciar campanhas pessoais ou peditórios para a fundação da colectividade, deliberou por desde logo o acolhimento esperado por parte da juventude residente.
Tanto assim, que não demorou oito dias para que a Associação tivesse os 25 fundadores.
Mais tarde, todos os fundadores reuniram para discutir «A FUNDAÇÃO» da ARCPA, analisaram com acuidade o problema e concluíram:

1- Se muitos dos jovens que se encontram imigrados pelo país, estivessem presentes em 18 de Setembro de 1975, eles desejariam ser fundadores da sua Associação. Assim sendo, deliberam por unanimidade em vinte e cinco presenças que definitivamente, o número de sócios fundadores, seria elevado para 50.

No dia 16 de Outubro de 1975, os principais fundadores, António Garcia e Carlos Fernandes, deslocam-se a Bragança, para junto do Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis(F. A. O. J.) exporem as suas ideias sobre a Associação que desejavam para a sua terra.

Recebidos pelo então Delegado Sr. Fernando Gonçalves, mais tarde responsável Cultural do INATEL -Bragança, desde logo nos garantiu a verba de 50 000$00, que seriam entregues no ano seguinte, posto que se estava próximo do fim do ano de 1975.
Das nossas intenções e anseios, damos conhecimento ao Senhor Governador Civil e INATEL.
Ao mesmo tempo que íamos cimentado a ARCPA, com cuidado e muito carinho, desde logo iniciámos os ensaios para o drama«A MORTE CIVIL» ser levado à cena em 9 de Agosto de 1976.

Esta peça, representada no «Quinteiro » do Sr Albino Pinto contou com a presença da maioria da população de Pombal e conforme o prometido, o Senhor Fernando Gonçalves, Delegado do F. A O J. não faltou para nos brindar em pleno palco com a quantia de 50 000$00.
Estava garantido ali, o arranque da nossa Associação Cultural.

A partir daquele momento, sim, a população de Pombal começou a acreditar na Organização que há um ano lhe parecia « a das tainas e bailaradas», desde logo se registando inscrições em massa para começarem a participar numa obra que há muito desejava.
As Delegações Regionais responsáveis pelo apoio a Organizações como a nossa, começou a visitar Pombal, sendo de salientar ainda a Radiotelevisão Portuguesa e vários jornais Regionais, e classificavam o que viam, como a maior Organização cultural de todo o Distrito de Bragança, senão mesmo do Nordeste Transmontano.

Surge finalmente o dia 18 de Setembro de 1985- Inauguração Oficial do Edifício/ sede da A. R. C. P. A., que com muito suor e não menos sacrifício, demorou 10 anos a construir. Todos os sócios estavam de parabéns.

Era a festa desejada há tantos anos. Era enfim o prémio para quem acreditou numa juventude sedenta de mostrar aquilo que valia.
A inauguração oficial contou com as seguintes personalidades convidadas:

Sua Ex. Sr. Ministro do Trabalho – Dr. Amândio de Azevedo.
Sua Ex. Sr. Ministro da Cultura – Dr. Coimbra Martins.
Ex.mo Senhor Governador Civil do Distrito de Bragança.
Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Carrazeda de Ansiães.
Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães.
Exª Revma Sr. Bispo de Bragança e Miranda – D. António Rafael.
Ex.mo Senhor Delegado distrital do F. A. O. J.
Ex.mo Senhor Delegado Distrital da D. G. D.
Ex.mo Senhor Delegado Distrital do INATEL.
Ex.mo Senhor Delegado Distrital da D. G. E. A

 

O resto da sua longa e profícua história, é o que se vê…