Passeio Dia da Mulher

O dia ainda não rompera, mas aos poucos e poucos se ia reunindo o grupo que ia participar no passeio, com muita alegria, sorrisos e boa disposição, carregando as lancheiras que não podiam faltar. Um belo início para um passeio no feminino.

E lá veio o autocarro, e lá nos acomodamos e iniciámos a viagem rumo à cidade do Porto, com algumas paragens para recolher mais Pombalenses que não se encontravam na aldeia. Como se pode imaginar a viagem foi animadíssima com paragem para o cafezinho e muita, mas muita, algazarra.

A mui bela e Invicta cidade do Porto recebeu-nos com um sol radiante, apesar do frio que se fazia sentir, mas com a animação que nos envolvia não havia frio que nos incomodasse.

A primeira paragem foi na Sé Catedral do Porto, que nasceu no século XII por iniciativa do seu primeiro bispo, D. Hugo. Este local de culto Mariano é também conhecido como igreja de Santa Maria do Porto e por Nossa Senhora da Vandoma, que é a padroeira da cidade do Porto.
Por mera curiosidade, acrescentamos que os reis D. João I e D. Filipa de Lencastre casaram-se nesta catedral no século XIV. Adjacente à Sé, também vimos o Paço Episcopal, grandiosa construção, antiga residência dos bispos do Porto. Pela posição elevada em que estes monumentos se situam, temos uma visão do centro histórico da cidade fabulosa.

Daqui fomos visitar o antigo Mosteiro de Santa Clara, hoje igreja de Santa Clara. Aqui, proporcionada pela visita guiada, fizemos uma viagem de História, cultura, beleza e fé. Entre muitos relatos, guardei que esta igreja foi construída em 1457 tal como o mosteiro feminino, pedido pelas freiras Franciscanas Clarissas que viviam em clausura (pudemos ver os locais específicos para assistirem aos cultos longe do povo). Assim foi durante séculos, até que no século XIX com a morte da última freira, o mosteiro foi extinto.

Posteriormente, Património do Estado, foi adaptado para alguns serviços e instituições, tais como Centro de Saúde e Polícia. A igreja foi, durante anos, (desde 2016) alvo de grandiosa recuperação e restauro. Aberta à visitação e ao culto há relativamente pouco tempo, hoje pudemos usufruir de uma beleza indiscritível, onde todas as palavras são poucas para descrever o que visualizámos, desde magníficas imagens carregadas de significado até a um dos melhores exemplos da arte da talha dourada do barroco Joanino.

Saímos desta visita com o coração cheio e com vontade de dizer a todos, vá ver, vá conhecer esta nossa história, vale tanto a pena…

A hora do almoço aproximava-se, até lá, atravessamos a ponte D. Luis I, rumo a Vila Nova de Gaia, umas a pé, outras de teleférico, outras ainda de Tuk Tuk descemos para a Ribeira, lugar cheio de bares com variada gastronomia, barracas de artesanato, muita gente, muita agitação, muita vida a contrastar com o sereno Douro enfeitado com os barcos rabelos a contar a sua história e a da sua cidade.

E fomos almoçar, e almoçámos muito bem, num ambiente de bem-estar…

Depois do almoço fomos visitar o Sea Life, onde mergulhamos nos oceanos, rios e riachos na descoberta de misteriosas criaturas, algumas ínfimas, outras gigantes mas todas incríveis, assistimos também a uma palestra e simultaneamente a alimentação de alguns pinguins que o Sea Life recebeu como presente pela celebração do seu décimo aniversário. Mais um momento de emoção.

E como o tempo ninguém o retém, a tarde ia avançando rapidamente sem se dar conta, como nos encontrávamos à beira de uma das entradas do parque da cidade, resolvemos ir merendar naquele espaço sempre pronto a acolher de braços abertos todos os que o visitam. O sol ainda brilhava sobre algumas pedras que se ofereciam como mesas e num piscar de olhos, as toalhas foram-se esticando e das lancheiras unidas, surgiu um manjar rico e variado, onde havia de tudo para nos restabelecer as energias. Depois do belo repasto, nada como caminhar um pouco à beira-mar para sentir a maresia e a brisa marinha que se fazia sentir. Que belo momento de lazer e descontração.
O sol já quase beijava o mar e o belo avermelhado do céu era um bom prenúncio para o dia seguinte. Paisagem soberba.

E era hora de voltarmos às nossas casas, a viagem de volta foi tão ou mais animada que a anterior, houve muitas cantorias e gargalhadas, a cada pessoa que ficava pelo caminho a despedida era com afinado coro e foi assim até chegarmos ao destino final. Muito melhor que esta descrição foi o nosso passeio, pelo conhecimento, pela partilha e principalmente pelo convívio.

Venham mais.
Fátima Catarino